“Coragem para mudar” é o slogan da candidatura autárquica de Carlos Caetano. O candidato independente, que até há poucas semanas desempenhava o cargo de vice-presidente eleito pelo PS, foi apresentado na tarde do passado sábado, 29 de maio, na sede do PSD da Marinha Grande como cabeça de lista à Câmara

 

Os cerca de 40 minutos do discurso de Carlos Caetano serviram sobretudo para fazer o balanço do trabalho realizado nos últimos três anos e meio. Aos 56 anos, Caetano quer “devolver ao órgão [Câmara Municipal] a dignidade que tem vindo a perder nos últimos anos”, referindo-se ao “clima de crispação” que considera existir desde 2005 “e que não é aceitável”.


“Basta de gritaria e monocracia” pediu o candidato que assume ter em mãos uma “missão difícil”, lembrando que “não há tradição de votar PSD nas Autárquicas”, mas que “está na hora de mudar”. Apontou como uma das razões para ter aceitado o desafio de concorrer pelo PSD o facto de os vereadores que esta força política elegeu em anteriores mandatos “terem sido sempre parte das soluções”.

Mas desta vez, afirmou, há algo de diferente: “temos um candidato com experiência de governação”, e reforçou a ideia: “estou por dentro de todos os dossiers e processos existentes na Câmara”, ou não tivesse assumido, neste mandato, “mais de metade dos pelouros e alguns com grande complexidade”. Orgulhoso dos quilómetros de saneamento básico construídos disse não ter dúvidas “de que de todos os candidatos já anunciados sou o que está melhor preparado para assumir o lugar”.

“Conheço a Câmara Municipal como ninguém”, afirmou Caetano, para logo de seguida acrescentar: “quem lá está não conhece os processos e os outros só vão lá de 15 em 15 dias”. Para que não restassem dúvidas sublinhou: “se alguém conhece os dossiers, sou eu. Estou preparado para começar a trabalhar no dia seguinte às eleições. É chegar e dar fogo à peça, como se costuma dizer”. Mas não se pense que só quer colher louros do bom trabalho realizado: “tive responsabilidades em tudo, no bom e no mau”.

Quanto ao futuro deixou três notas: há que assegurar o apoio aos cidadãos no pós-pandemia, assegurar o desenvolvimento económico, nomeadamente por via da revisão do PDM, e “comigo jamais a governação estará de joelhos perante os poderes de Lisboa”, concluindo que “este foi um dos principais erros dos últimos anos”. Mesmo a terminar, ainda atirou: “Quando não há coragem, o futuro não acontece”.

Na ocasião foi ainda apresentado como cabeça de lista à Assembleia Municipal o advogado Joaquim João Pereira, de 82 anos, e a mandatária da candidatura, Margarida Balseiro Lopes.