A Associação Marinha em Movimento (AMM) dinamizou na noite de 6 de maio, o XVIII Ideias em Movimento dedicado ao “Papel das Instituições Sociais na Marinha Grande”

 

Com moderação de Cecília Vieira, a iniciativa, que decorreu online, teve como oradores convidados João Pereira, provedor da Santa Casa da Misericórdia, Luís Agostinho da APPACDM, Ana Patrícia Quintanilha da Associação Novo Olhar II, Marina Domingues da ADESER II e o Joaquim Lourenço da Associação de Promoção Social – Jardim dos Pequeninos.

A iniciativa arrancou com uma breve apresentação de cada uma das instituições, nomeadamente da Santa Casa da Misericórdia, com o Centro Infantil Arco-Íris, distribuição de alimentos a cerca de 140 famílias, apoio aos refugiados, apoio domiciliário, lar de idosos e cuidados continuados, empregando cerca de 240 pessoas, de 11 nacionalidades diferentes. A Santa Casa abriu ainda, no passado dia 9 de abril, uma residência para os doentes com alta hospitalar, que conta já com 28 utentes.

A APPACDM começou a sua atividade há 46 anos, na altura com 8 utentes, servindo atualmente 260 utentes em várias valências: terapêutica, atividades ocupacionais, formação profissional e preparação para a integração no mercado de trabalho da população com deficiência. Possui ainda um Lar residencial e uma Quinta Pedagógica.

Já a Associação de Promoção Social Jardim dos Pequeninos está situada na Vieira de Leiria, com creche, ensino pré-escolar e ocupação de tempos livres, apoiando um grande número de crianças, bem como as suas famílias.

A ADESER II tem várias vertentes que passam pelo acolhimento temporário de crianças e jovens, através do Girassol, pela realização de vários projetos comunitários que depois se transformam em respostas sociais, como as equipas de intervenção precoce junto de crianças e famílias, pela Sala de Estudo de Casal de Malta, a Tertúlia dos Anos de Ouro, entre outras.

Por fim, a Associação Novo Olhar II intervém fundamentalmente na área da saúde, com vários projetos como a Porta Azul, na área da toxicodependência, a Casa 22 para apoio a pessoas sem-abrigo e também com equipas de rua, com serviços de rastreio e aconselhamento a pessoas com VIH, Hepatite, trabalhadores do sexo, e a Loja Social.

Quando questionados sobre os constrangimentos à ação das suas instituições, a insuficiência do financiamento foi destacada por todos os oradores, visto que não tem em conta as progressões na carreira de quem lá trabalha, o aumento do ordenado mínimo ou o constante aumento do custo de vida. Por outro lado, a demora na concretização dos acordos realizados com as várias instituições públicas e mesmo a dificuldade em tratar dos vários assuntos com estas entidades é outro grande constrangimento à sua ação, bem como a consciência social da população e do tecido empresarial, que na maioria das vezes só lhes dão valor, quando têm necessidade dos seus serviços.

Há, no entanto, grandes desafios que se colocam a estas instituições e que passam, entre outros, pela transferência de competências para os municípios e da forma como se vão concretizar, nomeadamente ao nível do reforço de verbas das autarquias, considerando que a descentralização é muito importante, na medida em que esperam que venha a facilitar o diálogo com a tutela, mas só trará benefícios se for acompanhada dos meios necessários para responder às necessidades.