Apesar do dever de confinamento, as comemorações do 18 de Janeiro de 1934, organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), decorreram na Marinha Grande

 

Cerca de meia centena de pessoas marcaram presença na manifestação “Aumentar os salários! Garantir os direitos!” que arrancou cerca das 11h30 das imediações do Cemitério Municipal, onde o STIV esteve a depor cravos vermelhos nas campas dos revoltosos, rumo à Praça do Vidreiro.

Em duas filas, mantendo o distanciamento social, e de máscara no rosto, os manifestantes foram proferindo frases como “A luta continua nas empresas e na rua” e “18 de Janeiro, dia de luta do vidreiro”, para mostrar que “a luta não pode ficar confinada quando os trabalhadores têm de sair para trabalhar”.

Este ano sem a presença do grupo de percussão Tocándar, decorreram junto ao monumento ao vidreiro as tradicionais intervenções sindicais. Para Etelvina Rosa, dirigente do STIV, a luta dos revoltosos do 18 de Janeiro “não foi em vão”, salientando o “exemplo de coragem que nos deram e como a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores tem de continuar”. Na sua opinião, a pandemia “veio tornar visíveis as fragilidades laborais”, lamentando que “em 2020 tivessem sido os trabalhadores das empresas de trabalho temporário os primeiros a ser despedidos”. Segundo Etelvina Rosa, a pandemia fez com que “muitos atropelos” aos direitos dos trabalhadores ocorressem nos últimos meses, garantindo que a luta “é o caminho para melhores condições de trabalho”.

Já Isabel Camarinha, secretária geral da CGTP, apelou ao voto dos trabalhadores nas Eleições Presidenciais do próximo domingo, nomeadamente “para quem priorize a valorização do trabalho e dos trabalhadores”, lembrando que é dever do Presidente da República “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa”. A dirigente frisou a necessidade de continuar a lutar “pela revogação das normas gravosas da legislação laboral” e colocou o foco no aumento do salário mínimo nacional.

Marcaram presença nas comemorações, entre outros, Bruno Dias, deputado do PCP na Assembleia da República, a presidente da Junta de Freguesia da Marinha Grande, Isabel Freitas, o presidente da Assembleia Municipal, Luís Guerra Marques, as vereadoras da autarquia Alexandra Dengucho e Lara Lino, e ainda Aires Rodrigues, deputado na Assembleia de Freguesia da Marinha Grande.

Face ao estado de emergência, o Sindicato Vidreiro viu-se obrigado a cancelar o passeio que estava agendado para a manhã do passado domingo, que culminaria com a inauguração da exposição “Quando amanhecerá camaradas – O 18 de Janeiro em documentos”, no Foyer do Museu do Vidro. Foi também cancelado o almoço convívio agendado para dia 18.