Foi oficialmente inaugurado a 24 de maio, o “maior forno para embalagens de vidro branco da europa continental”, instalado na Gallo Vidro, na Marinha Grande, e que resulta de um investimento na ordem dos 100 milhões levado a cabo pelo grupo espanhol Vidrala

 

Na ocasião, Carlos Delclaux, presidente do Grupo Vidrala, realçou o grande investimento realizado na Gallo Vidro, uma fábrica “muito boa, muito competitiva e com muito futuro”, e agradeceu o empenho de todos os que contribuíram para a concretização do projeto, que ajudará a consolidar a empresa como a melhor do Grupo.

Manuel Gallo, presidente do Conselho de Administração da Gallo Vidro, e que se despediu do cargo nesse dia, considerou que a história da empresa é feita de marcos e a construção do forno 6 é mais um, que permitirá a duplicação da capacidade produtiva do forno que substitui, que apresenta tecnologia de ponta, um contributo “importantíssimo” para a redução da pegada de carbono e condições de trabalho “muito boas” para todos. “Que me recorde, no setor do vidro, em Portugal, não houve mais nenhum investimento de 100 milhões, pelo que estamos a falar de condições fantásticas para o futuro”, sublinhou.

Já Gorka Schmitt, diretor executivo da Vidrala, deu conta da “boa experiência” do Grupo com a Gallo Vidro, que levaria mais tarde à aquisição da Santos Barosa, também na Marinha Grande, e aos investimentos realizados em ambas as unidades. “Temos uma grande responsabilidade para com esta cidade e com esta região e esperamos estar à altura dos desafios futuros”, referiu o CEO, realçando os compromissos com o ambiente, com a qualidade, o serviço aos clientes e a competitividade. Gorka Schmitt falou ainda sobre os investimentos que a Vidrala pretende realizar no Brasil, onde quer “replicar” a boa experiência que tem tido em Portugal.

Convidado a usar da palavra, o presidente do Município fez questão de realçar que a Marinha Grande “continua a ser a capital do vidro”, não do vidro soprado, “mas do vidro tecnológico, evolutivo, inovador”. Aurélio Ferreira enalteceu as melhorias verificadas ao nível dos recursos humanos, que têm permitido que a Marinha Grande tenha “uma história de sucesso e evolução”. O autarca agradeceu a “visão” de futuro do Grupo Vidrala ao ter estabelecido uma parceria com a Gallo Vidro e a relevância dos investimentos realizados, e que permitem ter no concelho tecnologia de ponta.

“Se fossemos a Tóquio ou a Zurique não víamos hoje uma empresa mais evoluída tecnologicamente do que vemos aqui”, acrescentando que “a Marinha Grande tem que estar orgulhosa de vocês, queremos que também vocês gostem das pessoas que cá têm”. “Compete-me perceber o que são as vossas necessidades, incutir numa estrutura que herdei e que não estava muitas vezes vocacionada nem percebia o que era esta atividade, (…) consigo perceber as necessidades, às vezes não as satisfaço todas, mas a minha vontade era ser capaz, em cada momento, de ser vosso parceiro”, rematou o edil.

 

7 milhões para ‘ajudar’ o ambiente

 

Questionados sobre o impacto das novas instalações e a relação com a vizinhança, os responsáveis informaram que findas as obras estão a ser otimizados os acessos de viaturas pesadas ao armazém de carga. No dia da inauguração, o novo electrofiltro de última geração, em que a empresa investiu 7 milhões de euros, já estava a funcionar a 100%, filtrando todos os gases do forno 6, esperando-se que nas próximas semanas sejam ligados também os gases do forno 5, a funcionar desde 2015 com um electrofiltro mais antigo. A estrutura receberá assim as emissões dos fornos 5 e 6, filtrando todos os gases, retirando as partículas e outros contaminantes, emitindo maioritariamente vapor de água, e dando resposta a uma das principais preocupações da empresa e que assenta no meio ambiente. “Este foi o primeiro projeto na história do setor a precisar de um estudo de impacto prévio”, sublinhou um dos responsáveis.

Durante a visita foi possível conhecer in loco os ‘cockpits de forno’ onde, através de tecnologia e equipamentos de última geração, é possível controlar, em tempo real, e com a máxima precisão, tudo o que está a suceder no que respeita à receção de matérias primas, composição, fusão, moldação e acondicionamento de vidro.

Com este investimento, a Gallo Vidro fica com uma capacidade total de produção que poderá chegar às 900 toneladas, sendo o novo forno responsável por mais de metade e que dispõe de equipamentos que permitem produzir dois modelos em simultâneo, em gota tripla ou quádrupla, conforme as solicitações.