Desde 2014 que a Universidade Projetos de Vida Sénior tem vindo a trabalhar no envelhecimento ativo promovendo um vasto leque de atividades para os seniores do concelho. 2020 foi um ano “difícil” devido à pandemia, mas Daniela Anéis e Sílvia Gemito, responsáveis pelo projeto, mostram-se “determinadas” em voltar à normalidade assim que possível

 

Como tem a Universidade conseguido superar esta pandemia?

Tem sido essencialmente online, por telefone, email e redes sociais. Estamos a viver online. Temos cerca de 14 aulas por semana, através de uma parceria com a Universidade Internacional para a Terceira Idade, e perto de 30 participantes fixos. É claro que baixou muito o número de inscritos este ano, temos menos de um terço se compararmos com o período antes da pandemia.

Quais foram os motivos apresentados pelos alunos para não renovarem as suas matrículas?

Quando reiniciámos em setembro era essencialmente medo. Algumas pessoas depois perceberam que não podia haver sítio mais limpo, porque nós limpávamos de manhã, à hora de almoço e à noite. Tínhamos restrições ao nível da lotação das salas. Havia espaçamento, as turmas eram muito pequenas mas mesmo assim havia muito medo. E depois, razões familiares, com pressão para eles não irem. Quando confinámos teve a ver com a resistência. As pessoas acharam que não era a mesma coisa não estar presencialmente, faltava o convívio.

Trabalhámos na antecipação, já sabíamos que isto ia voltar a acontecer e todas as aulas de informática prepararam os alunos para este cenário, demos apoio e instalámos tudo nos telemóveis. A Câmara deu-nos seis computadores portáteis que emprestámos aos alunos que não tinham para que eles pudessem participar. Tudo o que podíamos fazer, fizemos. Claro que também há dificuldades com os acessos à Internet, e há pessoas que usam os dados móveis…

Como vão ser as próximas semanas?

Assim que tivermos autorização do ISDOM para funcionar, funcionaremos.

E do lado dos estudantes, qual é o feedback?

Quem já esteve connosco e viu toda a segurança das nossas instalações está confiante para regressar, porque também percebem que tem a ver com a ação individual de cada um. As outras pessoas também estão desejosas de voltar e mais esperançosas. Os números assustam muito mas eu penso que se melhorarem poderemos fazer a nossa primeira visita de estudo no final de junho.

Tendo em conta os encargos fixos, como conseguiram em termos financeiros suportar esta situação?

Não suportámos! Temos buraco! A Câmara irá apoiar financeiramente, a Junta já nos apoiou e estamos à espera de receber a última tranche do Instituto de Emprego e Formação Profissional do estágio da Sílvia Gemito. Se não fosse isso era impossível. Eu estou com licença sem vencimento desde setembro! Se não já tínhamos fechado! Isto é mesmo boa vontade e carolice!

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Candidaturas no montante de 38.000 euros

Projetos aguardam “luz verde” do Município

A Projetos de Vida Sénior submeteu três candidaturas à apreciação da Câmara Municipal da Marinha Grande. Uma das candidaturas diz respeito a despesas fixas da Universidade Sénior; outra refere-se à criação do Gym BEI, um ginásio de manutenção do idoso, com vista à promoção da estimulação cognitiva, à prevenção da demência e de situações de depressão, e à prevenção da institucionalização precoce; e a implementação do GAS – Gabinete de Apoio ao Sénior, que pretende congregar todas as necessidades do idoso ao nível do concelho e encaminhar para as devidas estruturas. As candidaturas apresentadas representam um montante global de 38.500 euros, mas a Projetos de Vida Sénior ainda não sabe quanto poderá vir a receber em caso de aprovação destes projetos.