Após desenvolverem uma nova técnica para identificar, em poucos minutos, moléculas que prolongam a vida dos seres vivos, três alunos da Escola Secundária de Pinhal do Rei descobriram um extrato vegetal que imortaliza leveduras em condições fatais de stresse. A descoberta vai ser agora apresentada num congresso internacional nos Estados Unidos da América, cidade de S. Diego (2nd Internatinal Conference on Aging & Gerontology).


Depois de testarem extratos de centenas de plantas com propriedades medicinais ou com longevidade superior a 2.000 anos, Maria Carvalho, Marta Silva e Pedro Mateus, alunos do 10º ano, verificaram que algumas plantas apresentavam um efeito protetor e reparador nas leveduras quando sujeitas a stresse térmico e químico.

Com o teste rápido de identificação de biomoléculas que prolongam a vida verificaram que existem quatro extratos vegetais que apresentam muito bons resultados, nomeadamente os extratos de cacau, de açafrão da Índia, de chá verde e de cravinho. Enquanto os três primeiros protegem cerca de 30% das leveduras em condições mortais, o último protege 100%. Isto significa que o extrato de cravinho pode imortalizar seres vivos em condições fatais de stresse.
Já eram conhecidas algumas moléculas de origem vegetal com as mesmas propriedades, como o resveratrol. No entanto, esta pequena molécula retirada das uvas apenas protege 20% das leveduras no mesmo teste.

Numa parceria com a Universidade de Coimbra, chegou-se à conclusão que o extrato de cravinho ativa fortemente genes relacionados com os mecanismos de proteção e reparação de todas as estruturas celulares, desde o DNA até à membrana celular.

Esta descoberta abre caminho para um tratamento mais eficaz de doenças associadas normalmente ao processo de envelhecimento, como o cancro, as doenças cardiovasculares, e doença de Alzheimer e a diabetes.

De referir que a descoberta dos jovens alunos foi acompanhada pelo professor Hamilton Correia no âmbito do “Projeto Ciência”, transversal a vários níveis de ensino do Agrupamento Nascente.