Já é conhecido mais um candidato à presidência da Câmara Municipal da Marinha Grande. Trata-se de Pedro Luzio de 23 anos, informático de profissão, que tentará conquistar um lugar na vereação, algo que nunca sucedeu. Para a Assembleia Municipal, o BE avança com Nuno Machado

 

Numa cerimónia simbólica, no Dia do Trabalhador, o Bloco de Esquerda apresentou os seus cabeças de lista aos dois principais órgãos autárquicos: câmara e assembleia municipal. Na ocasião, o deputado Ricardo Vicente, a quem competiu abrir a sessão, falou de uma “energia renovada” do Bloco na Marinha Grande, concelho onde “há lutas de continuidade”, designadamente a bacia hidrográfica do Lis, onde o “governo recuou”. Mas para que a Praia da Vieira seja “um lugar seguro”, há que “garantir a fiscalização ou, em alternativa, o fecho das suiniculturas”. Ou seja, acrescentou o deputado, “o governo tem-se limitado a mudar as palavras mas adia os problemas”.

A mata nacional é outra luta que está longe de ter um fim. Para já, está marcada uma visita da comissão de agricultura da Assembleia da República no dia 7 de junho para observar que a “mata está num estado lastimável”, pois passados estes anos desde o grande incêndio de 2017 “as propostas da comissão científica foram ignoradas e está quase tudo por fazer”.

Luzio sem vícios

O cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Câmara da Marinha Grande, de 23 anos, apresentou-se como alguém que, não tendo experiência política, também “não tem os mesmos vícios dos outros candidatos já conhecidos”.

Ainda sem programa eleitoral, o BE não o quer construir entre quatro paredes, “queremos construí-lo nas escolas, nas associações, nas coletividades e junto de cada munícipe. Só assim faz sentido, ouvindo os verdadeiros intervenientes destas áreas”.

Para além de ser um jovem que pretende falar a linguagem dos jovens, Pedro Luzio terá uma atenção para a “proteção animal, que deve ser uma área de interesse para todos. Uma área bastante importante para mim, uma área em que estive envolvido e lutei ativamente durante 7 anos numa organização, uma área que sofre de sobrelotação de espaço e de falta de apoio das entidades locais”, afirmou.

Um outro pilar desta candidatura será o desporto, “uma área que tanto gosto e com a qual trabalho diariamente e que vejo o quanto sofreu com esta pandemia. E sem falar sequer do tão prometido patinódromo que os atletas da patinagem de velocidade tanto merecem. Este ano há um campeonato da Europa de Patinagem de Velocidade em Portugal, talvez fosse na Marinha se a câmara já tivesse construído o patinódromo”, disse.

Pedro Luzio abordou ainda o potencial urbanístico da cidade, “que é enorme, cada vez mais vemos os marinhenses e cidadãos de outras zonas do país a querer projetar, construir, e renovar não só casas de habitação própria e permanente como também pequenas e médias empresas e até fábricas. A câmara e o seu executivo permanente teimam em não otimizar os processos burocráticos, o que leva à desistência dos projetos”, sublinhou.

O candidato considerou que “não é admissível que projetos que trazem novas casas, novos empregos e nova vida à Marinha Grande sejam travados pela falta de pulso que existe na gestão dos projetos. Não é admissível que exista tempos de espera de 2 e 3 anos para licenças de habitabilidade, para respostas a requerimentos de obras, Não é Admissível!”.

A piscina de S. Pedro de Moel foi outro dos pontos abordados pelo candidato bloquista, pois constitui “um enorme risco. Ao serem deixadas ao abandono existe uma propensão muito maior para acidentes e tragédias. Para além disso, não podemos nem devemos deixar locais chegarem ao estado a que chegaram as piscinas. Esta situação tem de ser revista e adereçada”.

Nuno Machado orgulhoso

O cabeça de lista do BE à assembleia municipal mostrou-se “orgulhoso” do trabalho realizado na presente legislatura, “e à beira de novas eleições, cá estamos para continuar a lutar por um concelho mais inclusivo, que responda às necessidades da população e que tenha responsáveis autárquicos que saibam ouvir os marinhenses e responder às suas necessidades”.

O candidato denunciou a falta de “pro-atividade” do executivo da Câmara Municipal numa altura em que “continuamos a ter um mercado municipal a funcionar, pela 3.ª vez, em instalações “provisórias”, e uma rotunda em falta no cruzamento de Pero Neto que já deu muitas notícias e anúncios, mas nunca passou disso e continuam a colecionar-se acidentes”.

Nuno Machado acusou ainda o executivo do Partido Socialista de “falta de transparência nas contas municipais. Orçamento atrás de orçamento, os dados são apresentados em números anuais e o Bloco tem vindo sempre propor a desagregação dos dados de forma mensal ou trimestral, de forma a ser possível compreender as datas em que estão previstas despesas e receitas. Só assim a Assembleia Municipal e os munícipes poderiam conhecer e fiscalizar as contas do município. Mas o executivo prefere tratar as contas de forma obscura”, afirmou.