Em Março de 2011 escrevi um texto publicado neste jornal, em que apelava aos militantes socialistas para não votarem no então Secretário Geral do PS e Primeiro Ministro, nas eleições internas que se realizariam a seguir. Naturalmente que escrevi o texto sem grande esperança, porque conheço bem o clubismo existente nos partidos políticos portugueses e a atracção que o poder exerce sobre a generalidade dos portugueses. Mas fi-lo por dever cívico, por saber, como dito no texto, que a continuação de José Sócrates à frente da governação do País conduziria ao desastre, que o Governo do PS não terminaria a legislatura e que isso abriria as portas do poder ao PSD.
A prisão de José Sócrates levantou todas as paixões de que um país é capaz, a favor e contra o anterior primeiro-ministro, em que não faltou o circo da comunicação social. Compreende-se que assim seja e daí não vem mal ao mundo, mas o que já não se compreende é a tentativa de atacar a justiça para supostamente defender José Sócrates, a sua governação e o seu modelo político, baseado nas relações de amizade, na defesa de interesses particulares e na mentira, amplamente tolerada pelos partidos do chamado arco do poder. Os mesmos que no passado justificavam a corrupção com a badalada ineficácia da justiça, reclamam agora dos excessos da sua actuação.
Há dias fui dar uma volta pelos dois lados da estrada que liga a nossa cidade a Leiria, antes da descida para Albergaria, afim de conhecer melhor toda a extensão daquela área industrial e do que ela representa para a economia do nosso concelho. Apesar de já conhecer o local, não pude deixar de me espantar com a qualidade de muitos dos novos e dos velhos edifícios empresariais que ali existem e da dimensão económica da zona.