Miguel Bataglia, vice-presidente do Sporting Clube Marinhense para o Hóquei em Patins, faz, em entrevista ao nosso jornal, um balanço “brilhante” da presente época desportiva, apesar da forma como esta terminou. Quanto ao futuro, a subida à 1.ª Divisão continua a ser o grande objetivo da sua equipa de trabalho

Que balanço faz desta época atípica?

Gostaria de relembrar aos mais distraídos que o Sporting Clube Marinhense esteve em primeiro lugar em 18 das 19 jornadas disputadas. Por essa razão, o balanço desta época terá obrigatoriamente de ser bastante positivo. Mais não seja por termos devolvido ao pavilhão da Embra as emoções dos sábados à tarde.

Olhados de lado desde o início, com uma equipa completamente nova, ninguém, a não sermos nós, grupo de trabalho, acreditaria que a equipa tivesse esta prestação brilhante esta época.

Segunda melhor defesa (56 golos sofridos), melhor ataque (120 golos marcados), dois atletas do SC Marinhense nos 3 melhores marcadores… os números falam por si…

O amargo de boca chegou no dia 11 de março, depois de estarmos a poucos pontos de celebrar a subida de divisão e a 7 jornadas do términus do Campeonato, tivemos que nos resignar, ficar em casa, não treinar, adaptarmo-nos a toda uma nova realidade.

Considera que a solução encontrada pela Federação de Patinagem de Portugal (Liguilha) é justa?

Obviamente que numa nova situação de pandemia, de emergência nacional e global, o que menos importava era o Hóquei em Patins. Sabíamos que não haveria condições para que o Campeonato finalizasse. No entanto, estivemos sempre atentos, após inúmeras reuniões de Direcção, com os clubes da 2.ª Divisão e depois com a Federação de Patinagem de Portugal, tínhamos consciência de que qualquer decisão que fosse tomada, não agradaria a todos, alguém se sentiria prejudicado ou beneficiado.

Entre haver uma anulação das provas, ignorar 19 jornadas ou arranjarem uma liguilha para que a “verdade” desportiva fosse reposta, escolhemos obviamente a liguilha. Apesar de não concordarmos com os moldes, pensamos que este é o mal menor.

Qual é a ambição do SC Marinhense na Liguilha?

Sem sabermos ainda, onde, quando e como esta prova preliminar de acesso à 1.ª Divisão Nacional se irá realizar, partimos desde já com um objetivo claro, que é de ficar nos 3 primeiros lugares, e para a época 2020/2021 estarmos no lugar onde merecemos, no melhor Campeonato do Mundo por muitas e muitas épocas.


A equipa da próxima época foi constituída já a pensar na 1.ª Divisão?

A equipa para a época 2020/2021 começou a ser tratada há já muito tempo. Ainda antes deste período de defeso obrigatório.

Eu, juntamente com o nosso treinador Nuno Domingues, tínhamos os nossos alvos bem identificados.

Quisemos primeiro que tudo dar estabilidade ao Clube. Da atual equipa, mantêm-se 8 jogadores, identificámos as nossas necessidades e contratámos os que achámos darem as garantias necessárias para termos uma época tranquila. Vamos ter 3 novos jogadores, experientes. A meio de maio já ter o plantel fechado permite-nos estar tranquilos e a estruturar as coisas com tempo, para que erros de um passado recente não se voltem a repetir.

Este é um sinal claro de que temos uma equipa em quem confiamos claramente.

Caso não consigam a subida à 1.ª Divisão, quais serão as consequências?

Sinceramente e pessoalmente é um cenário que nem quero imaginar.

Teremos novamente que provar dentro do ringue que merecemos subir, que as 19 jornadas que foram ignoradas, apagadas, que não foram em vão!

Mais não seja, serviram para que os nossos atletas quando entrarem em pista, que os sentimentos de injustiça, raiva e indignação joguem a nosso favor, juntamente com os nossos adeptos, acho que estão criadas as condições para sermos felizes.

Caso isso não aconteça, temos os pés bem assentes no chão, e tentaremos novamente subir.


A Câmara Municipal e as empresas da região estão a apoiar o Clube?

As empresas têm acompanhado o Clube, apesar de não haver um Main Sponsor definido e que poderia fazer toda a diferença na estruturação e planeamento da época e, por conseguinte, nos objetivos.

Vamos continuar a apresentar o nosso projeto desportivo, apresentando o Sporting Clube Marinhense como uma Instituição de Utilidade Pública, uma referência, com retorno, com visibilidade. Penso que existem empresas e algumas com dimensão suficiente para que possam ajudar o desporto na Marinha Grande, a sermos uma referência a nível nacional e internacional. É sempre melhor que as empresas instaladas na Marinha Grande, mesmo com capital estrangeiro, apoiem e ajudem os clubes da cidade onde se encontram.

Aproveito e faço também daqui o apelo para que nos recebam e nos oiçam.

Em relação ao Município, tem ajudado o Clube dentro do que é normal de acordo com o projeto de desenvolvimento desportivo, com o apoio a obras de conservação das nossas instalações, pensando nós que a este nível ainda haverá muito trabalho a desenvolver em conjunto em prol de toda a comunidade.

Somos um Clube com grande presença a nível nacional, que com as modalidades de hóquei em patins, basquetebol e patinagem artística, vai levando o nome da Marinha Grande aos grandes palcos do desporto em Portugal.